A Tabela PAÍSES

Os governos de diversos países são os organismos políticos que têm a seu cargo a gestão das pescas, a investigação e a conservação dos seus recursos, a nível nacional. É portanto importante saber de todos os países onde determinada espécie ocorre, e vice-versa. Como mencionado anteriormente, o limite de distribuição de muitas espécies não está bem estabelecido. Listas de espécies dum país, produzidas por alguém não taxonomista, contêm frequentemente identificações incorrectas, que geralmente não podem ser verificadas; por outro lado, não existem listas produzidas por especialistas (e baseadas em espécimes verificáveis) para a maioria dos países tropicais em vias de desenvolvimento.

Fontes
 
 
 
As revisões taxonómicas são a mais segura fonte de informação

Levámos algum tempo a compreender a extensão destes problemas e a aprender como lidar com eles. A tarefa principal que temos em mãos é a de distinguir entre fontes de informação fidedignas e outras. As revisões taxonómicas de espécies, géneros ou famílias incluem geralmente uma lista dos espécimens examinados, indicando os locais de captura. Esta é a informação mais válida, contudo, os locais de captura tirados de descrições originais muito antigas, por várias razões, podem não corresponder às fronteiras actuais. As áreas de distribuição descritas nessas revisões frequentemente indicam os nomes dos países, que portanto, também aceitamos como correctos. Também incluímos os nomes de países que não estão explicitamente designados, mas que fazem claramente parte de uma área, p.ex., "Ao longo da costa oeste de África desde a Mauritânia até Angola", incluirá todos os países costeiros entre a Mauritânia e Angola. No entanto, afirmações tais como "Desde o Mar Vermelho até ao sul do Japão" só servirá para seleccionar o Japão, e não, p.ex., o Omã, o Paquistão ou a Índia, visto que distribuições tão latas são geralmente descontínuas.

Outras boas referências para listas de espécies de países são estudos faunísticos efectuados por taxonomistas como p.ex., Allen (1989) Freshwater fishes of Australia, ou Randall et. al. (1990) Fishes of the Great Barrier Reef and Coral Sea, embora o último não seja completo. Os mapas publicados no Catálogo das Espécies da FAO ou no guia de Skelton (1993) A complete guide to the freshwater fishes of Southern Africa são também considerados boas fontes.

Colecções de museus já computorizadas, embora fidedignas, contêm frequentemente nomes antigos, e raramente indicam se a identificação é segura ou preliminar. Em geral, descrevem locais de captura que necessitam de interpretação e às vezes até nem foram verificadas no sentido de eliminar possíveis erros (ver abaixo). Fontes problemáticas são as várias listas de nomes específicos ou de nomes comuns que foram produzidas por não taxonomistas e que muitas das vezes são baseadas em entrevistas a pescadores ou em meras suposições àcerca dos limites de distribuição. Só usámos este tipo de fonte caso ela confirme uma ocorrência parecida na área indicada por uma fonte segura.

Campos

A tabela PAÍSES lista todos os países onde uma espécie foi assinalada de acordo com o critério acima mencionado. Se clicar duas vezes num país obterá informação específica desse país sobre a espécie. Clicando duas vezes no campo referência de um determinado país poderá ver a citação completa.

A referência mais fiável e as evidências adicionais para cada país são dadas

Main Ref.: campo que indica a referência que consideramos mais fiável para cada registo do país. Por favor, comunique-nos se discordar da nossa opinião.

Outras Ref.: campo que indica a segunda melhor referência que dá a ocorrência no país.

Status: campo que indica o modo como a espécie ocorre no país e tem as seguintes escolhas: autóctone; endémica; introduzida; extinta; questionável (casos em que a ocorrência necessita confirmação); identificação incorrecta (registos que se sabe estarem errados); e reintroduzida.

Águas Continentais, Estuarinas e Marinhas: campos sim/não indicam em que meio, dulçaquícola, estuarino ou marinho, a espécie ocorre nesse país.

Abundância: campo que indica a frequência da espécie dentro dos limites de distribuição no país e tem as seguintes escolhas: abundante, comum, relativamente comum, ocasional e rara.

Caixa 7. Uma proposta para os especialistas de países e de ecossistemas.

Seguir a informação relativa a centenas de países, ilhas e ecossistemas está muito além das capacidades da equipa da FishBase. Tal como acontece com os Colaboradores taxonómicos, procuramos especialistas locais que se tornem coordenadores do seu país, ilha ou ecossistema. Se nos ajudar a manter as checklists anotadas completas e actualizadas, oferecemos em troca:

  • cópias de cada lançamento anual da FishBase; e

  • checklists para serem utilizadas como guia de campo (publicações da base de dados) pelo Coordenador, impressas em vários formatos (ficheiros de texto).

Incluiremos o nome do coordenador em cada registo fornecido, modificado ou verificado.

Por favor contacte-nos (r.froese@cgiar.org) se estiver interessado em tornar-se um Coordenador da FishBase para o seu país, ilha ou ecossistema. Enviaremos-lhe uma checklist com a informação compilada até ao momento. Contamos consigo para a edição dessa checklist e fornecimento de separatas ou publicações importantes que nos tenham falhado. Terá como contacto um membro da equipa da FishBase que fará as alterações à base de dados. Por favor diga-nos o que acha desta proposta.

Rainer Froese

 

Importância: campo que indica até que ponto a espécie é utilizada para consumo humano no país, com as seguintes escolhas: muito comercial, comercial, pouco comercial, pesca de subsistência, com interesse potencial, sem interesse.

Aquacultura: campo que indica o utilização que a espécie tem em aquacultura. As escolhas incluem: nunca/raramente; comercial; experimental; provável uso futuro. Quando criado um novo registo para o país, a opcção "nunca/raramente" é automaticamente introduzida e apenas alterada quando informação publicada estiver disponível.

Regulamento: campo que indica se o país possui ou não medidas de controlo, protecção e preservação das espécies face às diversas actividades humanas. As escolhas incluem: sem regulamentação, restrita e protegida. Quando é criado um novo registo a opcção "sem regulamento" é automaticamente inserida sendo alterada apenas quando existir informação publicada.

Exportação: campo sim/não que indica se a espécie é exportada do país para aquariofilia, como recurso vivo para restaurantes ou se é exportada para fins de aquacultura (por ex. larvas, juvenis, adultos reprodutores).

Pesca desportiva: campo sim/não que indica se a espécie é utilizada em pesca desportiva.

Uso como Isco: campo sim/não que indica se a espécie é utilizada como isco no país.

Clicar duas vezes no campo Comentário permite encontrar referências importantes

O campo Comentários inclui outras informações específicas do país como a distribuição local, particularidades biológicas, etc. Outro termo especificado no campo Comentário é Museu: que fornece o número de catálogo das amostras colhidas nesse país entre parênteses. Os significados dos acrónimos dos museus e os seus endereços são dados no Glossário. A maioria dos registos dos museus foram retirados de revisões de famílias, géneros ou espécies e verificados por especialistas. O termo Ref. Também: fornece o número(s) de fontes que explicitamente afirmam a ocorrência da espécie nesse país. O termo Ref Limites: fornece o número(s) de referência da(s) fonte(s) indicando os limites de distribuição para a espécies incluídas no país sem o mencionar explicitamente.

Se clicar duas vezes no campo Comentários uma pequena caixa permite-lhe procurar os números das referências mencionadas no texto.

Clicando duas vezes o botão Status no canto superior direito pode ver quem introduziu, modificou ou verificou o registo do país.

Embora um país pertença a uma só área continental da FAO, pode estar rodeado por até 4 áreas marinhas FAO, p.ex., USA. Cada registo do país indica a área da FAO onde a espécie ocorre. Pode aceder a esta informação clicando no botão FAOAREA dentro do registo do país. Só as espécies diádromas estão ligadas a áreas continentais e marinhas.

Estamos a completar os vários campos à medida que a informação fica disponível mas esta é uma enorme tarefa. Foi concluída a primeira fase de um projecto que incorporou informação disponível sobre os peixes da Columbia Britânica. Este projecto envolveu a FishBase, a Universidade da Columbia Britânica e o ramo das Pescas, a Província da Columbia Britânica (Canadá) e destinou-se a explorar a utilidade da FishBase a nível nacional/província. A informação da FishBase inclui locais, registos, uso e regulamentação dos peixes. Tencionamos estender este tipo de colaboração a províncias ou estados de outros países. A base de dados nacional (veja "Bases de dados Nacionais", neste volume) pode ser útil para compilar esta informção e torná-la acessível na FishBase.

Nota

Os nomes dos países e das áreas seguem a nomenclatura FAO (1995) e não traduzem a expressão de qualquer opinião por parte do ICLARM acerca do status legal de qualquer país, território ou área e as suas fronteiras. Sabemos que muitos nomes de países estão desactualizados. Esta lista será actualizada numa próxima oportunidade.

Como chegar lá

Clique o botão Limites na janela ESPÉCIES e o botão Países na janela STOCKS.

Agradecimentos

Agradecemos a colaboração de Susan Luna na versão anterior desta tabela e também no presente capítulo.

Referências

Allen, G.R. Freshwater fishes of Australia. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey. 240 p.

FAO. 1992. FAO Yearbook: Fishery statistics, catches and landings. Vol. 70. Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome. 647 p.

Randall, J.E., G.R. Allen, and R.C. Steene. 1990. Fishes of the Great Barrier Reef and Coral Sea. Crawford House Press, Bathurst. 507 p.

Skelton, P.H. 1993. A complete guide to the freshwater fishes of Southern Africa. Southern Book Publisher, South Africa. 388 p.

Rainer Froese, Emily Capuli e Cristina Garilao